Das faces da AIDS
Márcio R. Bertuga
Professor
de Pós-graduação da Fundação Hermínio Ometto – Uniararas
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) divulgou nota onde afirma que as drogas usadas no
combate da AIDS (são 26 anti retrovirais até o momento e mais as drogas em fase
de teste e desenvolvimento) colocarão a doença sob controle nos próximos anos.
O que ocorreu
com a AIDS, foi um alarde por conta dos primeiros casos que surgiram na mídia
relacionando-a como doença gay ou de pessoas com comportamento reprovável por
utilizarem drogas.
A AIDS serviu
para mostrar, mais uma vez, o quanto de preconceito e maledicência existe no
ser humano. Pessoas foram taxadas com toda sorte de títulos depreciativos por
falsos moralistas de plantão e suas hipocrisias.
O estigma da
AIDS, que a relaciona com sexo e drogas, além é claro dos casos de contaminação
em serviços de saúde, condenou pessoas a serem vítimas dos olhares maldosos e à
marginalidade.
Em AIDS e suas metáforas, Susan Sontag,
grande socióloga e pensadora contemporânea falecida faz poucos anos, traça um
paralelo entre a AIDS e todas as outras calamidades ou enfermidades que marcaram
a história da humanidade e, como é de se esperar, mostra que apesar de toda a
falácia de castigos e ira divinos, as causas das doenças acabam por serem reveladas
e controladas e os véus do mistério se rasgam mostrando a natureza intrínseca
dos fatos.
No livro Um Mundo Sem AIDS, Leon Chaitow e Simon
Martin afirmam enfaticamente que muito mais pessoas ganham com a AIDS, do que
morrem. É algo já bem conhecido no modelo de assistência em saúde estruturado na
indústria da doença e dos “remédios” essa ânsia por poder e lucro.
Bob Owen, em
sua obra Roger Conseguiu Curar-se de AIDS,
revela todo aparato montado a fim de perpetuar a idéia de necessidade da
intervenção clínico-farmacológicca em detrimento de uma medicina sublime, que
considere as verdadeiras necessidades do paciente ou as Necessidades Humanas Básicas de Maslow, que foram tão bem
comentadas pela enfermeira brasileira Wanda Horta e que Louise L. Hay demonstra
de maneira exemplar no livro A Vida em
Perigo.
O fato é que a
AIDS não é uma das doenças que mais matam, antes dela estão as patologias
cardiocirculatórias, o câncer, doenças crônicas não transmissíveis, outras
doenças, além da violência e da falta de assistência em saúde.
Não se pode
desprezar, em hipótese alguma, os avanços que levaram as descobertas de
diversas drogas para controle do vírus e da doença. Todavia, há um sem número
de intervenções que auxiliam o doente em sua recuperação de maneira bem menos
agressiva, como pode ser observado em AIDS,
de Márcio Bontempo, médico sanitarista e adepto das medicinas sutis.
Bom é que a
sociedade liberte-se de pré-conceitos para que consiga enfrentar a AIDS e, que
busque em seu interior o conceito de humanidade que J. A. Gaiarsa em Amores Perfeitos coloca como único
antídoto para as “moléstias da falta de amor”, a qualidade que todos buscam nas pessoas quando
nos momentos de entrega total e desalento humano.