segunda-feira, 30 de julho de 2012


Das faces da AIDS
Márcio R. Bertuga
Professor de Pós-graduação da Fundação Hermínio Ometto – Uniararas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nota onde afirma que as drogas usadas no combate da AIDS (são 26 anti retrovirais até o momento e mais as drogas em fase de teste e desenvolvimento) colocarão a doença sob controle nos próximos anos.
O que ocorreu com a AIDS, foi um alarde por conta dos primeiros casos que surgiram na mídia relacionando-a como doença gay ou de pessoas com comportamento reprovável por utilizarem drogas.
A AIDS serviu para mostrar, mais uma vez, o quanto de preconceito e maledicência existe no ser humano. Pessoas foram taxadas com toda sorte de títulos depreciativos por falsos moralistas de plantão e suas hipocrisias.
O estigma da AIDS, que a relaciona com sexo e drogas, além é claro dos casos de contaminação em serviços de saúde, condenou pessoas a serem vítimas dos olhares maldosos e à marginalidade.
Em AIDS e suas metáforas, Susan Sontag, grande socióloga e pensadora contemporânea falecida faz poucos anos, traça um paralelo entre a AIDS e todas as outras calamidades ou enfermidades que marcaram a história da humanidade e, como é de se esperar, mostra que apesar de toda a falácia de castigos e ira divinos, as causas das doenças acabam por serem reveladas e controladas e os véus do mistério se rasgam mostrando a natureza intrínseca dos fatos.
No livro Um Mundo Sem AIDS, Leon Chaitow e Simon Martin afirmam enfaticamente que muito mais pessoas ganham com a AIDS, do que morrem. É algo já bem conhecido no modelo de assistência em saúde estruturado na indústria da doença e dos “remédios” essa ânsia por poder e lucro.
Bob Owen, em sua obra Roger Conseguiu Curar-se de AIDS, revela todo aparato montado a fim de perpetuar a idéia de necessidade da intervenção clínico-farmacológicca em detrimento de uma medicina sublime, que considere as verdadeiras necessidades do paciente ou as Necessidades Humanas Básicas de Maslow, que foram tão bem comentadas pela enfermeira brasileira Wanda Horta e que Louise L. Hay demonstra de maneira exemplar no livro A Vida em Perigo.
O fato é que a AIDS não é uma das doenças que mais matam, antes dela estão as patologias cardiocirculatórias, o câncer, doenças crônicas não transmissíveis, outras doenças, além da violência e da falta de assistência em saúde.
Não se pode desprezar, em hipótese alguma, os avanços que levaram as descobertas de diversas drogas para controle do vírus e da doença. Todavia, há um sem número de intervenções que auxiliam o doente em sua recuperação de maneira bem menos agressiva, como pode ser observado em AIDS, de Márcio Bontempo, médico sanitarista e adepto das medicinas sutis.
Bom é que a sociedade liberte-se de pré-conceitos para que consiga enfrentar a AIDS e, que busque em seu interior o conceito de humanidade que J. A. Gaiarsa em Amores Perfeitos coloca como único antídoto para as “moléstias da falta de amor”, a  qualidade que todos buscam nas pessoas quando nos momentos de entrega total e  desalento humano.