Do Pré-natal
ao Puerpério Para Mães e Pais
Márcio R. Bertuga
Professor de Pós-graduação da Fundação
Hermínio Ometto – Uniararas
Tutor de Especialização em Cuidado
Pré-natal da Universidade Federal de São Paulo
É de costume que as mulheres ao engravidarem
procurem o serviço de saúde para darem início ao conhecido acompanhamento
pré-natal. Esse processo é importante, pois por meio de exames clínicos e
laboratoriais, é possível identificar anomalias e doenças que podem levar a
diversas complicações para a mulher e para o bebê. Através do acompanhamento
por profissional médico ou enfermeiro, esses exames buscam detectar
precocemente doenças infecciosas, sexualmente transmissíveis ou não e, dessa
forma tratar a mãe e prevenir que o bebê seja contaminado ou que possíveis
complicações sejam atenuadas.
Ocorre que esses exames podem ser realizados antes
mesmo da mulher engravidar e, assim, possibilitar tratamentos mais efetivos que
não podem ser realizados durante o processo gestacional ou mesmo evitando-se
uma gravidez que será interrompida naturalmente ou não. A interrupção ou
abortamento natural acontece quando o organismo percebe a presença de um
embrião ou feto inviável, ou seja, com características incompatíveis com a vida
e o descarta na forma de aborto espontâneo. Já a interrupção intencional pode
ser realizada em situações especiais e patológicas, previstas em Lei, como nos
casos de crianças anencéfalas, por exemplo.
Fato é que o pré-natal que ocorre antes mesmo da
confirmação da gravidez, pode ser adequado ao futuro pai. Este conceito de
pré-natal pouco usual, também avalia a saúde do homem, a possibilidade de
doenças infecciosas e doenças sexualmente transmissíveis (DST), além do exame
conhecido como espermograma, que tem por finalidade principal, verificar a
quantidade, qualidade e motilidade dos espermatozoides. Estes podem apresentar
problemas muitas vezes corrigíveis; esses problemas podem resultar em
tentativas infrutíferas de fecundação do óvulo materno e, se tratados,
proporcionam a viabilidade do espermatozoide e a possibilidade da
funcionalidade característica.
Após a evidenciação do estado de saúde materna e
paterna; ou mesmo da detecção e tratamento de possíveis intercorrências, o
acompanhamento da gravidez se dá por meio da observação do desenvolvimento
fetal no período que antecede o parto, geralmente nove meses. Nesse período, os
inconvenientes que ocorram na saúde da mãe são identificados e tratados, assim
como medidas preventivas são tomadas para a boa saúde do bebê. Medidas são
tomadas todos os meses, peso materno, altura uterina, mobilidade fetal, sinais
vitais da mãe e do bebê, posicionamento do mesmo e tantos outros. Bom lembrar
que tais procedimentos podem ser realizados tanto por médicos como por
enfermeiros.
O período é cercado por grande ansiedade do casal e
por esse motivo a boa saúde física e emocional de ambos deve ser mantida; desse
modo o pai tem papel fundamental na evolução positiva do processo e deve
participar entusiasticamente de todos os acontecimentos que estejam ligados a
mãe e a criança.
Esse acontecimento não termina com o parto,
continua na fase do puerpério, no tempo que se segue ao nascimento; a ida ao
serviço de saúde se faz premente, é por meio do acompanhamento na consulta
puerperal que médico e/ou enfermeiro procurarão verificar o estado de saúde
materna e do recém-nascido, orientarão em questões de amamentação, nutrição,
involução da situação física da mulher que lhe foi própria da gravidez e a
evolução da criança. Nesses tempos, é bom que pai e mãe estejam atentos na contribuição
para a construção de um futuro feliz para o novo habitante de um mundo em
transformações.