quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Não há consenso entre Cremesp e Coren sobre a lei do uso do jaleco.

A ‘lei do jaleco’ divide opiniões dos conselhos regionais de Medicina (Cremesp) e de Enfermagem (Coren-SP). “Acho completamente absurdo expor o paciente ao risco de contaminação”, afirma Claudio Alves Porto, presidente do Coren-SP. Essa posição é questionada por Renato Azevedo Junior, presidente do Cremesp. “Não existe comprovação científica de que o jaleco ou qualquer outro objeto possa ser um canal de contaminação.”
Para Junior, a lei é “alarmista e demagógica”. “O que me espanta é como um governador, que é médico, tenha sancionado uma regra dessas”, critica. Já Porto, acredita que a legislação “até demorou para ser sancionada”. Segundo ele, “é uma discussão de cidadania.”
O presidente do Coren-SP afirma ainda que, desde 2005, existe uma norma do Ministério da Saúde que orienta médicos, enfermeiros e auxiliares a não usarem seus equipamentos de proteção fora do ambiente de trabalho. “Mas como se trata de portaria, não tinha a força de lei no Estado de São Paulo”, diz.
Mesmo o Cremesp, ainda que contrário à regra, ressalta que também não recomenda o uso das peças em ambiente público. “Mas por uma questão de higiene e não por comprovação de que possa causar mal aos pacientes”, afirma Junior.
Os representantes dos dois órgãos defendem um trabalho de conscientização com os profissionais. “Para que a lei seja cumprida e não fique apenas no papel”, diz Porto. Ou para ressaltar a importância da higienização das mãos. “Isso seria mais efetivo. Há comprovação de que as mãos são um canal de contaminação”, defende o Cremesp.
Já o governador Geraldo Alckmin, ao falar sobre a lei, em junho, argumentou que a lavagem das mãos é complementar à ‘lei do jaleco’. “Além de lavar as mãos, toda a lógica do avental é preservar a saúde do paciente. Preserva o paciente, já que o profissional que vem da rua traz micróbios; preserva também o profissional, que tem contato com o paciente; e preserva a população. Não tem sentido alguém com jaleco, que está no laboratório, lancetando uma ferida purulenta, ir depois para um restaurante almoçar, com o mesmo jaleco.”

Fonte: COFEN

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